Por Celeste Santos
O destino da Amazônia. Referência em debates mundiais sobre as Mudanças climáticas, Paulo Artaxo é o convidado do episódio “Mudanças climáticas e Amazônia”, do podcast ‘As Amazonas’ apresentado pelas jornalistas, Liege Albuquerque, Aruana Brianezi e Daniela Assayag.
Em uma entrevista didática, o cientista disserta sobre o futuro da floresta amazônica e o que a ameaça, como a falta de preservação da selva tem afetado o equilíbrio do bioma e os acontecimentos nos últimos 30 anos em que mais da metade da floresta foi desmatada. É necessário levar em conta o fator da falta de investimento do Governo Federal que tem levado a Amazônia em extinção.
De acordo com Artaxo, essa falta de arvoredo faz com que as climáticas tenham um desiquilíbrio. As temperaturas aumentam ao extremo, o tempo fica seco pois não há árvores que mantenham a umidade e as chuvas podem cessar por completo. Essa falta de chuva em conjunto com as altas de temperatura colaboram para os focos de queimada que acontecem há muito tempo e que podem ser, origem natural, indígena ou ocasionadas para abertura de grandes áreas para pastagens, lavouras e garimpos no meio da selva.
Sobre o que mais afeta a floresta nos últimos tempos, como um dos maiores fatores têm-se o agronegócio e isso se dá devido ao aumento global do consumo de carne que está impulsionando a demanda por soja, para produção de ração de gado. Em decorrência, as florestas estão sendo devastadas para dar espaço para mais cultivo. Isto tanto da pecuária, quanto da soja. Além disso, existe o fator do uso indiscriminado de agrotóxicos, fertilizantes e antibióticos. O Brasil é líder no abuso dessas substâncias e isso tem causado a contaminação do ar, do solo e da água no meio rural brasileiro.
Com a inconsistência das temperaturas, registradas nos últimos 15 anos, mostram que o Amazonas tem apresentado aumentos constantes de máximas que superam as estimativas. Essas mudanças climáticas estão associadas às atividades humanas com o aumento da emissão de gases de efeito estufa, de queimadas e com o desmatamento.
A Amazônia necessita de melhores políticas públicas ambientais que sejam colocadas em prática de forma efetiva. Além de melhores soluções para as práticas de agropecuária e restringir o uso de produtos nocivos à saúde da floresta. Para isso acontecer, é preciso de um sistema de controle para a redução do consumo de carne, um olhar do governo para fiscalizar essas áreas remotas onde o desmatamento acontece e um programa de reflorestar, o Brasil é o único que luta contra essa prática.