Por Daiana Albuquerque
Fazer uma faculdade é o sonho de muitos, porém não é uma tarefa tão fácil, são vários desafios no decorrer do tempo, principalmente quando chega a hora da elaboração do famoso e, muitas vezes, temido TCC. Mas, nada como terminar a faculdade com a sensação de contribuir para pequenas mudanças. Como resultado, alguns alunos optam por desenvolver um produto jornalístico que tenha foco na questão social. Nessa reportagem trazemos alguns desses exemplos. Não deixe de ler e inspire-se.
Vamos começar conhecendo o Trabalho de Conclusão de Curso da equipe do aluno André Cunha, que vai desenvolver um vídeo documentário sobre o grupo “Curumim na Lata”.
O projeto social tem como objetivo trabalhar a educação musical com jovens e crianças da zona leste da cidade. De acordo com André, a escolha do tema teve base na ação transformadora através da música e a conscientização ambiental. O Curumim na Lata tem mais de quinze anos de atuação, valorizando a arte e de preservar e diminuir o impacto ambiental por meio do projeto. Os alunos confeccionam instrumentos feitos de materiais recicláveis, como latões de tinta, tampas de fogão, latas de óleo entre outros, como materiais de uso performático.
A princípio a ação acontecia somente dentro da comunidade, mas com o tempo foi crescendo e ganhando seu espaço, e hoje é aberto para todo o público. Cunha vai além e diz que a música transforma vidas, muda o modo de pensar e enxergar o mundo, e que já pôde conhecer algumas histórias desses cidadões. “Existem no centro de arte muitas histórias que devem ser contada e como a musica tem esse poder transformador na vida dessas crianças ”.
André passou a fazer parte do projeto no ano passado, quando surgiu a oportunidade de desenvolver um projeto para a Conexão Cultural com o amigo Lucas Carvalho, e gravar uma música com a banda Nobres Plebeus e o Curumim na Lata que tem um repertório regional, para o edital da prefeitura na época. E desse envolvimento com o projeto, surgiu à ideia de abordar esse tema no seu TCC.
Segundo o acadêmico, a música ainda sofre muito preconceito e isso entre várias adversidades acaba atrapalhando a permanência de integrantes no projeto. A desvalorização cultural tem causado esse efeito nas pessoas de preconceito com a música, com a comunidade. “Existem vários músicos e se não houver um investimento na cultura, no caso na música, por partes dos governantes, ainda haverá tráfico de drogas e usuários de drogas”, relata André, explicando como pretendem produzir o documentário.
E quem se interessou pelo projeto, o “Curumim na Lata” fica localizado na zona leste de Manaus. No Centro Municipal de Arte Educação Aníbal Beça, na R. J, s/n – São José Operário.
Outro produto em fase de execução é o Podcast sobre a Inclusão de Crianças Deficientes nas Escolas Públicas. De acordo com Alessandra Castro, as ideias para a elaboração do projeto eram muitas, porém no decorrer do tempo, descobriram que uma das integrantes tinha familiaridade com o assunto e assim optaram pelo tema. A proposta é mostrar o acolhimento desses pequenos nas escolas, e como o assunto é tratado pela sociedade e até pelos próprios alunos, que de forma guerreira enfrentam suas limitações para adquirir conhecimento.
Em seguida começaram os trabalhos de pesquisa de forma mais aprofundada. Infelizmente a equipe encontrou alguns obstáculos no percurso devido à pandemia do novo coronavírus, por se tratar de um grupo de risco, e com a possibilidade de não haver um retorno das crianças às aulas, mas o grupo não desistiu e está em busca de informações sobre aulas à distância feita especialmente para essas crianças.
“É muito importante conhecer as diversas ações sociais que existem em nosso estado e assim ter proximidade com pessoas que precisam de uma atenção maior, exercitar o amor ao próximo é essencial”, ressalta Alessandra.
Produzir uma reportagem fotográfica sobre “O lixo deles de cada dia” foi o desafio abraçado pelos finalistas Daniel Bismarck e Samara Valentin, que resolveram retratar, através da fotografia, a quantidade de lixos espalhados nos bairros Betânia e Educandos.
Ambos têm familiaridade com a fotografia e pensaram em um tema que pudesse chamar a atenção de todos, e optaram por registrar os lixos nos igarapés, devido à questão global e cuidados com o planeta. “O lixo causa inúmeros transtornos à sociedade, principalmente em tempo chuvoso, onde pessoas chegam a perder móveis e até mesmo suas casas, além do risco a saúde”, concluem.
A finalidade do trabalho é conscientizar a população e também os governantes sob a grande quantidade de lixo que tem poluído tudo ao nosso redor, e compreender que é preciso cuidar do lugar onde vivemos, pois os maiores prejudicados é a própria sociedade, e principalmente quem mora próximo dos igarapés, o risco de pegar algum tipo de doença é grande demais.
Os desafios da elaboração do projeto são inúmeros e bastante cansativos. Os acadêmicos atravessam a cidade para conseguir cada registro, sem conta o cheiro forte do lixo, que tem sido um dos inimigos da dupla, segundo Bismarck. Mas nada os desanima, principalmente para a acadêmica Samara, que leva sua pequena para o campo de pesquisa.