Covid-19: Tecnologia brasileira é capaz de reduzir até 60% de internações nas UTIs

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Por Thaís Justiniano

Pesquisadores com o equipamento Elmo | Foto: Divulgação

Pesquisadores do Ceará desenvolveram um capacete capaz de reduzir internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por Covid-19 em até 60% de acordo com a comprovação dos testes. Elmo, um mecanismo de respiração artificial não invasivo, é capaz de ajudar pacientes em intubação pela doença.

“A ideia do Elmo surgiu em abril de 2020, na primeira onda da pandemia aqui no Brasil, como uma iniciativa de várias instituições para achar soluções para a falta de respiradores e leitos”, explicou à CNN o médico pneumologista e intensivista Marcelo Alcantara Holanda, Superintendente da Escola de Saúde Pública (ESP) do Ceará e idealizador do protótipo.

Recentemente, a Secretaria da Saúde do Ceará doou ao estado do Amazonas – que enfrentou a partir das primeiras semanas de janeiro o momento mais grave da pandemia – 65 unidades do aparelho e capacitou profissionais da saúde para utilizá-lo em pacientes internados com o novo coronavírus.

De acordo com o Fisioterapeuta Pulmonar da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON), Alexandre Almeida, um dos profissionais escolhidos para o treinamento do mecanismo Elmo, os kits já chegaram a Manaus e neste momento estão aprendendo como manuseá-los.  

“Recebemos há três semanas o treinamento dos profissionais que participaram do projeto que veio do Ceará para o Amazonas para as unidades que receberam o elmo. Os mecanismos precisam ser tombados para começarem a ser utilizados, mas antes de colocá-los em prática, precisamos repassar aos colegas da nossa instituição o treinamento, desde a avaliação dos pacientes para saber se para aquela necessidade clínica o Elmo poderá trazer vantagem ou não”, explicou Almeida, que afirmou está bastante otimista pelos dados obtidos nos estudos publicados com essa primeira versão dos capacetes. 

 

Como o mecanismo Elmo funciona?

Ainda de acordo com Alexandre Almeida, o equipamento envolve toda a cabeça do paciente e é fixado no pescoço em uma base que veda a passagem de ar. “Com a aplicação de oxigênio e ar comprimido, o Elmo gera uma pressão positiva (em relação à pressão atmosférica) que ajuda os pacientes com dificuldade de oxigenação. Dessa forma, ele é indicado para o tratamento de pacientes com quadro clínico moderado, mas também auxilia casos que começam a evoluir para gravidade”, afirmou.


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