Larissa Maria Martins Leal, Maria Cristiane de Holanda Pinto
Há mais de 100 anos, o rádio vem sendo usufruído pela humanidade, porém poucos realmente conhecem a sua história, e isso inclui os estudante de jornalismo.
Você sabe algo sobre a história do rádio? Como tudo começou? Ou ao menos tem curiosidade de saber? Se as respostas forem SIM, nesta matéria vamos apresentar a você a história de uma divindade do jornalismo: A história do rádio no Amazonas.
A maioria das pessoas possuem um rádio, seja em sua residência ou no carro, independente da estação que você ouve é desta forma que você se mantém informado. É aí que tudo começa, o rádio nunca foi como ele é hoje. Há décadas atrás esta tecnologia era exclusiva de pessoas abastadas, enquanto que as pessoas de classes mais pobres tinham que se contentar com alto-falantes espalhados por certos pontos.
Uma breve curiosidade da rádio no mundo foi a primeira transmissão do sinal radiotelegráfico em longa distância. O acontecimento ocorreu em 1901, quando uma estação no Canadá recebia a letra S do código Morse vindo de um transmissor na Inglaterra. A tecnologia que de fato deu início ao “fazer radiofônico”, porém, só foi inaugurada em 1920 nos Estados Unidos. A KDKA de Pittsburgh é considerada a primeira emissora de rádio no mundo, no que se refere a produção e transmissão de conteúdos fazendo o uso de ondas curtas. Incrivelmente, ela resistiu ao tempo, continuando suas atividades sob o mesmo nome e afiliada a CBS Radio.
Já a história do rádio no Brasil inicia numa época em que até mesmo a implementação da energia elétrica no país não tinha mais de 50 anos de existência. Em comemoração ao Centenário da Independência do Brasil, no dia 07 de setembro de 1922, foi inaugurado o rádio transmitindo o discurso do presidente Epitácio Pessoa.
A primeira voz a ser transmitida foi a do presidente Epitácio Pessoa, que podia ser ouvida tanto pelos alto-falantes como pelos receptores. Porém, como toda nova tecnologia, os receptores, ainda que fossem dos mais simples, tinham um custo de aquisição alto e por isso se encontrava apenas em casas elitizadas. Além do preço do aparelho ainda havia as taxas a serem pagas ao governo.
Então em 1927 nascia a primeira rádio de Manaus A voz de Manaós, já no governo de Ephiêgnio Salles, com seus informativos básicos e fácil de entender o que agregava bastante para a época.
A Voz de Manaós seguia uma linguagem radiofônica similar à da inventada por Roquette Pinto, com leitura diária dos jornais impressos, sem ainda haver aquele cuidado maior na adaptação da linguagem entre os dois meios de comunicação, e transmitindo músicas eruditas. Mas com a saída de Ephigênio Salles do governo, a rádio foi esquecida pelo governo seguinte e logo desativada. O Amazonas ficaria oito anos sem ter uma rádio própria. Nesse hiato, os alto-falantes supriram em parte a função da difunta Voz de Manaós. Uma estação famosa que fazia a retransmissão nos alto-falantes era a Ajuricaba. A rádio voltaria apenas em 1938, com o técnico paulista Lizardo Rodrigues, com a Voz de Baricéia um curioso do rádio. Porém, o mesmo não teve uma experiência muito boa na época, pois o público já havia se acostumado com as antigas técnicas de rádio anteriores, e a sua nova forma de fazer rádio não trouxe um bom agrado para os ouvintes, com sua falta de música e criatividade recebeu muitas criticas negativas e até mesmo cartaz de seus ouvintes para ao menos tentar melhorar e ajudar o mesmo.
Na tentativa de ajudar, então na década de 30 o carioca com um nome bem peculiar, Wuppschlander Lima, funcionário da Diretoria da Fazendo Pública e um radiófilo curioso nas técnicas radiofônicas, começou a auxiliar Lizardo em reformular as programações da Voz de Baricéa. Tendo várias mudanças significativas. Entre ela foi na busca por cantores e músicos que refletissem a cultura popular brasileira e do Amazonas.
O maestro Donizetti, responsável pelas músicas, encontrou as cantoras as jovens Adauripes Alcântara, Guiomar Cunha, Denize Cavalcanti, Maria José Paixão e Lucy Muller que cantavam gêneros como samba e balada. Daí em diante a rádio tomava aos poucos a forma e as características que conhecemos atualmente, trilhando o seu caminho como uma mass media, previsto por Roquette Pinto ainda nos primeiros anos do meio de comunicação no Brasil.
Com tudo isso pode se ter uma leve ideia de como o rádio veio evoluindo até agora, e falar que o rádio vai acabar, é extinguir uma grande história, é tirar o direito a informação de ribeirinhos, de lugares distantes em que somente o rádio alcança.