Por Maria Juliane Menezes
A série documental ”Condenados pela Mídia” dividida em seis episódios e produzida por George Clooney, Ryan Murphy e Steven Brill e distribuída pela Netflix mostra como foram noticiados crimes que ocorreram nos Estados Unidos. Por meio de imagens da época e entrevistas atuais, os episódios mostram como a mídia estadunidense influenciou em muitos dos casos apresentados.
Os casos abordados mostram influência da mídia e seus desenvolvimentos nos tribunais. Além de abordar questões importantes sobre o jornalismo, o primeiro episódio demonstra como os meios de comunicação podem abusar do interesse do público para conseguir audiência, passando por cima de questões de privacidade e responsabilidade emocional com os envolvidos. O que acabou acarretando em uma grave consequência.
Outro ponto a ser discutido é como imprensa utiliza do sensacionalismo para atingir seus objetivos, o que traz uma reflexão sobre os limites da competição por audiência. As histórias, e a maioria dos envolvidos, causa repulsa, nojo, tristeza. No entanto, quando os créditos sobrem, vem aquela pergunta: será que eu, quando ligo num canal de televisão ou clico em um site, não estou contribuindo para esse movimento? É uma pergunta válida. E que faz com que a série seja relevante. Ainda mais em tempos sombrios e temerosos das fake news.
Além disso, mesmo com tantos pontos de vista, a série traz uma romanização dos casos transformando tudo em entretenimento barato. A trilha sonora e a montagem também colaboram para a sensação de assistir um drama. Por isso, a série faz exatamente o que critica: transforma os casos em mais um programa de entretenimento.