Por Thaís Justiniano
Em tempos de pandemia da COVID-19, o desemprego entre os brasileiros cresceu absurdamente, ficando em 14,6% e atingindo 14,8 milhões no trimestre encerrado em maio, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estudo esse que mostra como a desigualdade racial tem afetado em grande maioria, as mulheres negras do país, reduzindo ainda sua participação no mercado de trabalho. Podendo ser identificado por desigualdade de gênero e raça.
O levantamento aponta que a taxa de desemprego de negras e pardas entre 15 e 29 anos, chegou a 32%, no ano de 2021.
Segundo Maria Isabel Carvalho, de 25 anos, vitima dessa taxa de desemprego entre mulheres negras, conta como sua vida mudou completamente com a paralisação do comércio, na segunda onda em Manaus. Ela, que trabalhava na administração de uma empresa de automóveis e acabou sendo demitida, comenta que que até hoje procura uma vaga em sua área e que precisa se virar para pagar suas contas.
“No começo do ano, recebi a notícia que o quadro de colaboradores da empresa em que trabalhava iria diminuir. Com a segunda onda (covid-19), esse quadro diminuiu três vezes e acabei sendo demitida. O desespero tomou conta de mim, com todo o caos envolvendo a doença e a incerteza de não conseguir encontrar trabalho me deixou muito triste. Pra gente, que é negro, essa incerteza se multiplica. Ainda não consegui um trabalho, mas estou me virando com doces sob encomenda que acabei por fazer para ganhar um dinheiro extra”, afirmou.
Ainda conforme o estudo, com base nos dados que fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), esta foi a segunda maior taxa de desemprego da série histórica, iniciada em 2012. A taxa recorde, de 14,7%, foi registrada nos dois trimestres imediatamente anteriores, fechados em março e abril.