Dia da Literatura Brasileira: conheça os clássicos da leitura

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Por Thaís Justiniano

No dia 1° de maio foi celebrado o dia da Literatura Brasileira, que tem como objetivo homenagear a extensa e rica diversidade de escolas literárias, autores que marcaram cada período social e intelectual da história do Brasil, além de conscientizar a população sobre os prazeres e benefícios da leitura.

O dia da celebração foi escolhida em homenagem a um dos mais importantes autores do Romantismo Brasileiro, José de Alencar. Nascido em 1° de maio de 1829, ficou conhecido por ser o primeiro escritor brasileiro a retratar o seu país exatamente como ele era. Pensando na data e a importância que ela tem para nossa cultura e para os amantes da leitura, a ‘Agência Comunica’, separou cinco clássicos da literatura brasileira que você precisa conhecer.

A Hora da Estrela, Clarice Lispector

“A Hora da Estrela” é o último romance da escritora brasileira Clarice Lispector, publicado em 1977. A obra conta a história de Macabéa, narrada por Rodrigo S.M. (narrador-personagem), um escritor à espera da morte. Nordestina órfã de pai e mãe, e criada por uma tia que a maltratava muito, a personagem principal, tinha atributos não muito atraentes, como é retratado no livro. Mesmo sendo feia, virgem, tímida, solitária, ignorante, alienada e de poucas palavras, a Macabéa consegue namorar um rapaz, que acaba sendo roubado, em seguida, por uma jovem que tinha todos os atributos que ela não tinha.

No momento de sua ruína, A jovem vai à Cartomante, uma impostora chamada Madame Carlota, e diante da picareta, descobre por meio das cartas sua “sorte”. Porém, ao atravessar a rua muito contente pelas palavras que acabará de ouvir, é atropelada por um Mercedes Benz amarelo, ficando à beira da morte e sendo notada por todos, tendo assim sua hora da estrela.

A obra classificada como um romance intimista e psicológico, possui uma grande ironia em seu término, do jeito que Lispector gosta de terminar suas histórias, cheia de emoções e sentimentos pessoais.

Auto da Compadecida, Ariano Suassuna

Conhecido como uma grande adaptação do cinema, o ‘Auto da Compadecida’ é uma peça de teatro brasileira escrita pelo paraibano Ariano Suassuna, em 1947. Se passando no Nordeste, a obra mistura elementos folclóricos da região e um gênero tradicionalmente medieval, misturando elementos cômicos e moralizantes. O clássico além de trazer uma veia cômica, com textos curtos e engraçados, também traz uma moral ou ensinamento na história.

O conto narrado pelo palhaço, conta as falcatruas vividas pelos amigos Chicó e João Grilo, que tentam convencer o padre a benzer o cachorro de sua patroa, a mulher do padeiro. Como o padre se nega a benzer e o cachorro morre, o casal decide que o animal terá que ser velado com a benção do padre. Diante da recusa dos religiosos, os amigos inventam uma história para que o plano de sepultar a cachorro tenha êxito. A história que tem uma pitada de romance, com o envolvimento de Dona Rosinha, filha de fazendeiro e Chicó, um pobre coitada, mostra as vertentes do sertão, que é retratada na peça como dois lados, dos mais pobre e os mais ricos.

O “Boom” da obra, é quando cangaceiros decidem invadir a cidade, causando assim a morte de alguns dos personagens. No céu, João Grilo, o padre, o bispo, o sacristão, o padeiro, sua mulher, Severino e o seu capanga, se encontram para o juízo final. O diabo e Jesus apresentam as acusações e defesas. João, que acabou morrendo, na tentativa de fugir com Chicó, chama Nossa Senhora para interceder por ele. É o que ela faz e todos são mandados para purgatório. Severino e o seu capanga são absolvidos e enviados ao paraíso. João simplesmente retorna a seu corpo e assusta o seu amigo, que lhe preparava um enterro.

A obra traz uma narrativa cômica, mas moralista, já que mesmo passando pelo juízo final e quase sendo jogado ao fogo do inferno, Chico Grilo continuou com seus maus hábitos.

Antes do Baile Verde, Fagundes Telles

O conto “Antes do Baile Verde”, publicado em 1970, de Lygia Fagundes Teles, aborda uma temática já expressa como “a loucura; a luta do homem, seus medos e fragilidade, seus sofrimentos e solidão; o amor; a morte”,  coisas que a autora denominava ser fascinada. O clássico conta uma discussão entre duas jovens: Tatisa e sua empregada Lu, que irão a um baile de carnaval, cuja fantasia seria “verde”, daí o nome do conto.

No desenrolar da narrativa aparece o “problema” que vai ser a causa da discussão entre as duas personagens, a antecipada morte do pai de Tatisa, que sofre de uma doença terminal e quem ficará para cuidar dele. Essa fuga da realidade, apresentada no conto sob a constante mudança de assunto, a empolgação para cair na folia, não quer dizer que Tatisa não aceita o fato de o pai estar morrendo

A narrativa que envolve o atraso ao baile e de quem ficará com o idoso doente, mas não numa sequência linear, mostra os pontos fortes e de falas fragmentadas, o que leva o leitor a ir enlaçando os fios da obra.

Olhai os Lírios do Campo, Érico Veríssimo

Escrito em 1938, a obra Olhai os lírios do campo, é uma das mais conhecidas de Érico Veríssimo. O romance urbano, conta a história do jovem Eugênio, um rapaz pobre e que sente muita vergonha de sua família. Mesmo sendo de origem humilde, ele tem a oportunidade de estudar em ótimos colégios, levando-o a se formar em Medicina.

No dia de sua formatura, tudo em sua vida muda ao conhecer uma moça chamada Olivia, jovem simples, de extrema sensibilidade, e de um excelente coração que o ajuda em vários conflitos com ele mesmo e trabalha no hospital do Coração junto dele. Olivia tenta mostrar que a vida não é só dinheiro, mas isso não muda os pensamentos de Eugênio, que se casa com jovem rica, filha de um empresário, apenas por interesse, após a jovem amada ir para a outra cidade.

O conto é envolvido por duas partes, a primeira é do passado de Eugênio e a segunda onde o autor mostra os processos de transformação do rapaz, para encontrar paz interior.

O Quinze, Rachel de Queiroz

Publicado em 1939, ‘O Quinze” é o primeiro romance da escritora modernista Rachel de Queiroz. O conto regionalista e social retrata a seca de 1915 que assolou o nordeste do país. O personagem Chico Bento vivia com sua esposa Cordulina e seus três filhos na fazenda de Dona Maroca, em Quixadá.

Chico era vaqueiro e o sustentava a mulher e os filhos trabalhando em terras, mas com a seca, a família foi obrigada a migrar para a capital do Ceará, Fortaleza. Diante de tanta fome, um dos filhos do casal, Josias, come um raiz de mandioca cru, o que causa sua morte. A história retrata os desafios que os personagens enfrentavam diante da seca do sertão.

Numa narrativa linear, a autora visa os desafios sociais e a realidade de muitas pessoas do sertão, com a fome e a miséria. A análise psicológica dos personagens e o uso do discurso direto, revelam as dificuldades envolvendo a sociedade que continuamente vivendo essa realidade.

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