Por: Jamily Veiga
A rotina universitária, marcada por provas, prazos, trabalhos e incertezas sobre o futuro, pode ser um período tão enriquecedor quanto desafiador. No entanto, por trás da busca por um diploma, muitos estudantes enfrentam silenciosamente uma realidade preocupante: o desgaste emocional.
Com o aumento de casos de ansiedade, depressão e burnout entre universitários, a saúde mental dos estudantes tem se tornado um tema que não deve ser deixado de lado e nem esquecido.
O que está por trás desse adoecimento coletivo — e o que pode ser feito para mudar esse cenário?
Alunos 5° Período de Jornalismo Noturno em aula no laboratório.
Fonte: Imagem autoral.
A entrada na universidade representa, para muitos, um momento de realização pessoal e grandes expectativas. Contudo, juntamente com as expectativas e emoções, as pressões também se fazem presentes: desempenho acadêmico, cobrança familiar, jornada de estágio, trabalho e um futuro incerto.
“Ansiedade. Ansiedade por prazo, ansiedade por trabalhar o dia todo e ainda ter que ter tempo pra estudar, ter provas, trabalhos (…)”
— Isabela, 24 anos, estudante do 3° Período de Direito, ao ser perguntada sobre a maior pressão na vida acadêmica, e ainda completa:
“Cansada sempre”
Essa combinação de pressão familiar, pressão social, pressão acadêmica, medo de falhar e ansiedade de entregar tudo a tempo, cria um terreno fértil para doenças psicológicas na vida dos estudantes universitários, levando muitos jovens ao esgotamento físico e mental.
A negligência com a própria saúde mental em prol de uma vida acadêmica perfeita, pode ter o resultado contrário esperado: queda no rendimento, trancamento de disciplinas, afastamentos e até evasão universitária. Casos mais graves podem evoluir para transtornos como depressão e ansiedade generalizada.
Tendo isso em vista, uma pesquisa foi feita com estudantes universitários da faculdade FAMETRO onde foram entrevistados a mesma quantidade de alunos do sexo feminino e do masculino, foi então constatado que 100% dos entrevistados do sexo masculino sentem uma grande pressão acadêmica e as mulheres 86,6%, porém, quando perguntados por suspeitas de depressão e/ou ansiedade, o número masculino cai para 26,6% afirmativas e das mulheres sobe para 73,3%.
Ainda na pesquisa, em questão de busca por ajuda psicológica, as mulheres continuam na liderança também, com 40% afirmativas contra 20% dos homens. E entre as 73,3% das mulheres e 26,6% dos homens que afirmaram sentir depressão e/ou ansiedade durante o curso, 60% das mulheres continuam sentindo os sintomas versus 26,6% dos homens. Confira no infográfico:
Fonte: Infográfico autoral.
Em uma entrevista exclusiva com a psicóloga e neuropsicóloga, Camila Macedo, a mesma afirma que a pressão pessoal também é uma principais causas dos transtornos mentais nos universitários.
“(…) nós como seres humanos, a gente tem os nossos problemas, nossas situações, limitações para lidar no dia a dia. E ai entrasse também as nossas preocupações de muitas vezes, né’, de como você vai custear a sua faculdade, de como você vai se manter ali, dependendo da sua situação de classe né’, e de situação socioeconômica, então isso pode ir agravando, de fato, pro pensamento ansioso pro universitário, né’, a questão do medo do futuro”.
O cuidado com a própria saúde mental começa desde fora da universidade, em casa, e tem que ser feita com o apoio de pessoas que se importam com seu bem estar físico e mental.
Felizmente, nas universidades está se tornando mais comum o apoio psicológico aos universitários que necessitam, e na universidade FAMETRO não seria diferente, a Clínicas Fametro é utilizada para diversos atendimentos gratuitos que podem ser utilizados pelos universitários e comunidade.
” (..) e a FAMETRO tem né’, essa oportunidades, esse recurso, né’, as clínicas psicológicas fazem atendimentos a comunidade acadêmica, então se o aluno tem interesse, está disposto, né’, precisa dessa ajuda, ele pode buscar as clínicas de psicologia, agendar, ser ouvido, e a partir daí, ser acompanhado em relação a tudo que ele precisar dentro desse âmbito emocional”
—Cleiciane Maia, professora da faculdade FAMETRO.
O cuidado com o psicológico começa, também, com ações simples, mas que fazem toda a diferença, a estratégia de autocuidado pessoal deve ser iniciada antes de qualquer sintoma possa aparecer.
A psicóloga Camila Macedo fala sobre os autocuidados:
“(…) tem que ter um momento pra você se desconectar do que é de mídia, celular, se desconectar do trabalho, ficar com as pessoas que você ama, que você tem rede de apoio, sair, pra você realmente fazer uma atividade física, contatos com a natureza, essas coisas mais simples e bobas que a gente acha que não faz diferença, mas faz. Principalmente a atividade física, tentar colocar alí na rotina pelo menos menos três vezes por semana, ai, é difícil fazer todos os dias? Sim, por conta da rotina, talvez, mas alí umas duas ou três vezes na semana, fazer uma caminhada, ou até mesmo ir para a academia, porque precisa ter algo de autocuidado, não adianta não fazer, é necessário, porque a nossa mente busca isso, e nosso corpo também”.
Assista a entrevista completa com a psicóloga Camila Macedo.
Com isso, separamos uma lista com ações simples, como o que a doutora citou, de autocuidados pessoais que podem ser iniciados:
Se você está enfrentando dificuldades, procure apoio. Não está sozinho nessa caminhada — e há caminhos possíveis para uma jornada mais leve e saudável.
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Conheça a especialista entrevistada:
Camila Macedo
Psicóloga/ Neuropsicóloga
CRP 20/08129
Para contatos:
Whatsapp: (92) 98607-0828
E-mail: camila.psic12@gmail.com
Formações:
•Universidade Uninorte -2014
•Pós Graduação – Neuropsicologia Fametro – 2020
•Gestão de Pessoas – Uniaselvi 2017
•Docência do Ensino Superior – Faveni 2022
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Em caso de urgência, o CVV (Centro de Valorização da Vida) realiza apoio emocional gratuito e sigiloso: 188 ou [www.cvv.org.br](http://www.cvv.org.br)