As regiões Sul e Sudeste lideram o aumento de trabalhadores por aplicativo, enquanto o Norte tem o menor crescimento
Por Daniel Serejo, Jonatan Andrade e Ramilly Vieira
O número de pessoas que trabalham por meio de aplicativos, como motoristas e entregadores, cresceu 25,4% entre 2022 e 2024 no Brasil. De acordo com o IBGE, o país chegou a 1,7 milhão de trabalhadores nessas plataformas no terceiro trimestre de 2024, o que representa 1,9% dos empregados do setor privado.
O aumento desse tipo de trabalho está mudando a forma como as pessoas se locomovem nas cidades. Mais da metade dos trabalhadores por aplicativo atua no transporte de passageiros (cerca de 964 mil pessoas). Desses, 878 mil dirigem carros particulares e 228 mil trabalham com aplicativos de táxi.
Outros 29,3% atuam em entregas de comida e produtos, e 7,8% prestam serviços gerais e profissionais. Esse último grupo foi o que mais cresceu no período, com aumento de 52,1%.
A pesquisa mostra que 86,1% dos trabalhadores por aplicativo são autônomos, e apenas 6,1% são empregados. A Região Sudeste concentra a maior parte desses profissionais (53,7%), seguida pela Região Sul.
No entanto o Norte tem o menor número, com apenas 8,3%, menos da metade da média nacional. A maioria é formada por homens (83,9%), com idades entre 25 e 39 anos (47,3%) e ensino médio completo ou superior incompleto (59,3%). Como resultado, esse perfil se repete nas grandes cidades do país.

O estudo também revela que 91,2% dos motoristas de aplicativo dependem das plataformas para definir quanto ganham. Porém, apesar da liberdade de horários, muitos enfrentam regras rígidas, com bônus e punições que afetam a renda.
Assim, os dados mostram a importância de discutir políticas públicas para garantir direitos trabalhistas e previdenciários a esses profissionais, que já são parte essencial da mobilidade urbana nas cidades brasileiras.