Dia do radialista acende debate sobre as mudanças no rádio

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Por Samara Valentin

Sete de novembro é dia de fazer referência ao rádio, um veículo que durante um tempo teve sua extinção dada como certa, por conta da chegada da televisão e a ampliação em massa do uso da internet. Na teoria, acreditavam que as pessoas deixariam de ter interesse em ouvir quando poderiam ver. Entretanto no dia do radialista, o rádio não só está mais vivo do que nunca, como tem na reinvenção sua melhor qualidade.

O coordenador do curso de jornalismo da CEUNI – Fametro, Gustavo Soranz, formado em Comunicação Social, com Habilitação em Rádio e TV, pontua que sem dúvida o rádio ganhou um novo fôlego com as plataformas digitais e que com o campo da produção de podcasts abre várias novas possibilidades para muito além da tradição histórica da radiodifusão, “A possibilidade de entregar conteúdo segmentado em canais por streaming ou por aplicativo de podcast renovou as possibilidades do rádio. Talvez nem seja mais o caso de chamar de rádio pois não se trata efetivamente de radiodifusão, mas reconheço que a tradição do rádio é inegável e por isso ainda fazemos essa referência.”

Radialista Charles Fernandes entrevistando para o programa da Rádio Tiradentes. | Foto: Arquivo Pessoal.

Charles Fernandes radialista há treze anos, fala que é feliz em ter escolhido este ramo do jornalismo para trabalhar. Segundo ele, alunos de jornalismo que pretendem seguir a profissão devem ser comunicativos, dinâmicos, gostar de trabalhar com pessoas e essencialmente deve ter vocação para radialista, realmente ser apaixonado pela profissão. “Na minha opinião, o profissional de radialismo deve ter acima de tudo vocação para área. Não adianta ter várias capacitações técnicas se não tiver aptidão. Tendo isto, aí sim é importante ter também cursos técnicos de locução, relações humanas e interpessoais, noções de interpretação teatral que ajudam na desenvoltura profissional.”

Charles também reitera sobre a capacidade que o rádio tem de se atualizar e reinventar, e ainda, menciona o seu principal diferencial. “O que faz o rádio ser diferente das outras mídias é o fato do veículo ser imediatista. Em qualquer lugar eu posso entrar ao vivo no rádio com apenas uma ligação. A instantaneidade do veículo é o que mais diferencia dos demais”.

A data da comemoração do dia do radialista ainda é motivo de algumas confusões. Durante muitos anos a data foi comemorada em 21 de Setembro por conta de uma lei sancionada em 1943 no primeiro governo de Getúlio Vargas, que fixava um piso salarial ou remuneração mínima para profissionais da categoria. No entanto, em 2006 o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou a lei nº 11.327, que institui 7 de Novembro como a data de comemoração oficial do Dia do Radialista. A mudança aconteceu em decorrência a uma homenagem ao músico e radialista Ary Barroso. Nos dias de hoje, o dia do radialista ainda é comemorado nas duas datas.


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