Implicância política foi um dos fatores que dificultaram acolhimento de imigrantes venezuelanos no Brasil

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A maioria dos venezuelanos que passa pelo Brasil sofre discriminação e preconceito por implicâncias políticas

Por: Fabrine Lisboa 

Foto: divulgação

Em 2017 a imigração de venezuelanos no estado do Amazonas aumentou devido a crise política na Venezuela. Muitos desses venzuelanos deixaram seus familiares em bucas de novas oportunidades de emprego e melhoria de vida. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 40 mil venzuelanos residem atualmente em Manaus. Entre 2015 e 2019 o Brasil registrou mais de 178 mil solicitações de refúgio e residência prévia. As ruas de manaus viraram refúgios para muitos desses imigrantes e a maioria deles sofreram preconceito e falta de colhimento devido  implicâncias políticas. E essa assistência aos imigrantes no Brasil só ocorreram devido a pressão Internacional. É  o que diz o sociólogo Luís Antônio.

“ A gente tem uma cultura de colhimento. Agora há diferentes estágios de acolhimento e diferentes governos e implementações de Cultura. No governo Bolsonaro, que  é um governo com muitas dificuldades para lhe dar com acolhimentos. No qual, esse acolhimento só foi realizado, devido a pressão Internacional para que o Brasil acolhesse esses imigrantes. E também, com acordos feitos com a cooperação de Agências de Assistência a Imigrantes  em especial a CONU (Carta das Nações Unidas), que é um órgão da ONU encarregado de coordenar esses processos de acolhimento, no qual tinha Convênio de Cooperação com o Exército Brasileiro”.

Segundo Luis Antonio, a falta de Assistência aos imigrantes se dar pelos cortes de orçamentos na Estrutura Social. Havendo uma grande comparação com o acolhimento anteriores.

O atual governo cortou todos os orçamentos, desmontou a estrutura de Assistência Social que veio rebater no acolhimento dos imigrantes venezuelanos. Bastante diferente com os haitianos que chegaram aqui. No qual foram acolhidos, foram assistidos. Tiveram acesso a medicação e a educação. Já no caso dos venezuelanos que tem até hoje uma importantíssima parcela de indocumentados. Indocumentados são aqueles que não são aceitos pela sociedade e pelo estado. Então, isso é bem notável entre governos que acolhem imigrantes e os que dificultam esses acolhimentos.

Foto: Divulgação

Desde do início da gestão do atual governo, houve uma redução de recursos no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que teve 70% de queda nos repasses ao sistema e caiu de R$ 3 bilhões, em 2019, para R$ 910 milhões no ano passado. Dificultando assistência em abrigos que não só acolhem imigrantes como também brasileiros em vulnerabilidade.

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Preconceito

Diferentes dos outros grupos acolhidos como os hatianos, os imigrantes venezuelanos sofreram diversas discriminações, principalmente os indígenas da etnia Warao que passaram a pedir esmolas no trânsito devido o idioma e seus comportamentos culturais, explica Luís Antônio. 

“Os venezuelanos sofreram constantes atos de racismo e discriminação. E sofrem até hoje.Se você olhar para os grupos anteriormente acolhidos, como os colombianos, os peruanos e os hatianos. Quando você compara o nível de acolhimento e o volume de pessoas que depois de um, dois e três anos de acolhimento conseguiram sair da condição de miséria para se inserir no mercado de trabalho, em um intervalo de tempo muito curto. E você olha o povo da Venezuela, esses são os que tem mais dificuldades de se inserir nas estruturas produtivas do estado, ou mesmo pra sair daqui para outras regiões”.

Foto: Divulgação

Sendo resultado direto da ausência de política do governo incapaz de acolher e destinar essas pessoas. Concluiu Luís Antônio.

Acampamento

Muitos venezuelanos que chegavam em Manaus em busca de abrigo, começaram a acampar debaixo do viaduto próximo a rodoviária.

Somente com a mobilização da igreja católica e o Ministério Público Federal no Amazonas(MPF/AM), foi que a prefeitura de Manaus começou a criar abrigos para tira-los debaixo do viaduto.

Muitos foram direcionados a Paróquia São Geraldo, que desde de 2010 já atendeu mais de 11 mil pessoas que migraram para o Brasil, entre eles haitianos e peruanos. Todos são tratados da mesma forma e recebem a mesma atenção da Equipe da Pastoral do Migrante que atua há mais de 27 anos na arquidiocese de Manaus.

  Foto: Divulgação

Acolhimento

O Brasil é um pais que historicamente mais acolheu imigrantes em dificuldades. Foi assim com os peruanos durante o conflito armado da guerrilha entre Sendero Luminoso, mais recentemente com bolivianos e  também com os árabes, exemplifica Luís Antônio.

“ O pessoal do árabe, no meados do séc. XX.  Se olharmos por exemplo os bechamel, e os Bizantinos, são todos nomes da elite econômica e política de Manaus”

Além dos árabes, o Amazonas teve imigração de japonês que também tiveram uma colônia importante para o Estado, Parintins sobre tudo, em todo interior de Manaus.

“Os alemães, os italianos, os espanhóis. Então, nós temos uma cultura de acolhimento”. Concluiu Luís Antônio.

https://youtu.be/fNDHsGcLwXM


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