O analfabetismo cada vez mais presente na sociedade

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Dentre os estados da região Norte, o Amazonas é onde o analfabetismo mais ganha destaque na vida de adultos e de jovens.

Por Beatriz Gadelha, Carlos Cavalcanti, Cássia Ellen, Cleyton Macêdo, Gabrielle Azevedo e Yanna Diniz.

O analfabetismo é a incapacidade que uma pessoa tem em demonstrar ou compreender textos simples. O conceito foi criado na década de 30 nos Estados Unidos e, decorrente disso, passou a ser utilizado pela UNESCO se referindo às pessoas que, mesmo que consigam compreender, não conseguem compor ou redigir corretamente uma carta. Uma das principais causas que leva um indivíduo ao analfabetismo é a falta de motivação. A falta de estrutura física da parte das escolas, dos laboratórios de ciências e de informática, da biblioteca atualizada, das quadras esportivas, do refeitório, das disciplinas extracurriculares como a dança e o teatro que também geram essa falta de motivação.

Na maioria dos casos, o analfabetismo acontece por conta das crianças não receberem o apoio dos pais que, muitas vezes, não concluíram os estudos ou não acompanham o desenvolvimento dos filhos na escola, e se os mesmos possuírem qualquer dificuldade no ensino, acabam por estarem de frente para uma “bola de neve” quase irreversível.

Em Manaus, uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro denominada “Retratos da Leitura no Brasil” em 2020, relatou que a maior dificuldade dos manauaras ao se ler um livro seria a falta de paciência, vindo em seguida os problemas de visão, a leitura lenta, a falta de concentração e a falta de compreensão com que estão lendo. Segundo esses dados, Manaus tem 1,2 milhões de pessoas que leem regularmente. Desses, 53% são de pessoas com baixa renda e 5% são daqueles com a renda alta.

Com o fácil acesso as novas tecnologias, mesmo que alguns jovens saibam ler e escrever, a escrita deles possuem muitos erros. Frases carregadas de gírias, abreviações e a falta de conteúdo são um dos principais fatores, acarretando em uma má interpretação, sem saberem como formular opiniões.

Uma pesquisa realizada pela ONG Todos pela Educação em 2021, foi divulgado que 40,8% dentre as crianças brasileiras de 6 a 7 anos de idade não sabiam ler ou escrever, resultando em um aumento de 65,6% de casos de analfabetismo em comparação com o ano de 2019. Os dados levam em consideração apenas as crianças de pele preta, parda e branca, do contrário, haveria um aumento de mais de 66,3% por conta das crianças indígenas, amarelas e não declarantes.

Em 2019, entre todos os estados brasileiros, o Amazonas registrou a 10ª menor taxa de analfabetismo. A taxa de analfabetismo das pessoas com 15 anos de idade ou mais foi de 5,8%, menor que em nível nacional, que foi de 6,8%. O resultado positivo se dá por conta do aumento de creches e de escolas de ensino fundamental pelo estado. No entanto, apesar da queda no índice de analfabetismo de acordo com o IBGE, o número daqueles que não sabem ler ou escrever ainda é considerado alto com relação a outros estados da região Norte. Ainda existem cerca 168 mil pessoas registradas no Amazonas com essa incapacidade, fazendo parte da estatística mundial onde 750 milhões de jovens e adultos possuem pouco acesso a escrita e, consequentemente, não desenvolveram esta habilidade que é de extrema importância para o mercado de trabalho atualmente.

No livro “Culturas, técnicas, educação e ambiente: uma abordagem histórica do desenvolvimento sustentável” dos autor Olivier Meunier e Marcílio de Freitas, é abordado os benefícios da educação nos colégios e as suas principais características, ressaltando que:  “A educação, começando pelo ensino primário ao superior, é talvez o lugar privilegiado para favorecer a mudança de mentalidades, de práticas e representações relativas ao desenvolvimento sustentável e a interculturalidade. A interculturalidade e o desenvolvimento sustentável estão fortemente entrelaçados: o respeito ao outro não pode ser separado do ambiente. Para construir sociedades mais justas e mais acolhedoras, onde o espírito de competição não seja exacerbado, é necessário assegurar que os nossos descendentes disporão de recursos suficientes. A escola apresenta o lugar privilegiado de aprendizagens coletivas. As assimetrias sociais e a grande inércia dos processos econômicos contribuem para que a educação se mantenha refém de modelos de desenvolvimento desnudados de historicidade, entretanto, as múltiplas possibilidades de interlocuções virtuais que estes mesmos processos de educação podem incorporar nestes modelos, contribuem para a transfiguração e ruptura de alguns de seus alicerces”.

O projeto de incentivo à leitura para estudantes de escolas estaduais é fundamental para estimular o hábito de leitura na rotina dos alunos, onde possibilita o desenvolvimento mental, expande o vocabulário e melhora a escrita.

O projeto de leitura também permite que os estudantes compreendam os problemas do mundo real, entretanto, ainda está longe de cumprir o papel social de incentivo ao hábito da leitura de maneira que haja uma participação ativa das pessoas. Com isso, a aprendizagem torna-se mais significativa e contextualizada.

Nesse sentido, é possível conhecer a visão dos alunos sobre a própria realidade e como eles buscam, de forma cooperativa, solucionar os problemas identificados. Assim, dá-se a articulação entre propósitos sociais e didáticos, bem como a transformação do aluno em protagonista do próprio aprendizado.

Os projetos de leitura têm por objetivo de auxiliar no combate ao alto índice de analfabetismo encontrados nas regiões Norte e Nordeste, várias organizações lutam para acabar com esse problema social existente no Brasil.

O analfabetismo funcional está inteiramente ligado a uma falha na educação. Em vista disso, cabe ao Governo em parceria com o Ministério da Educação, conscientizar os alunos acerca da importância da leitura. Para isso, devem investir na criação de bibliotecas e na modernização das já existentes, além disso, os professores devem reconhecer que são a base para seus alunos, e os incentivar a serem leitores ativos e não apenas decodificadores. Feito isso, quem sabe o Brasil caminhe para um futuro onde esse problema esteja no passado.

Entrevista com a aluna de pedagogia Jéssica Araújo:

A seguir, entrevista com a professora e pedagoga Dilza Cibele Sampaio:

Logo abaixo, confira as imagens dos alunos da professora e pedagoga Dilza Cibele Sampaio:


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