O centro de Manaus como cenário de performance na cheia histórica

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Por Thais Justiniano

Nesta sexta-feira (4), o nível do Rio Negro subiu para 29,99 metros, ultrapassando em 2 centímetros a cota recorde de 2012. Com essa marca, a capital amazonense registra a maior cheia de sua história, desde o início dos registros, em 1902. Mais de 24 mil famílias foram prejudicadas em pelo menos 15 bairros de Manaus. Ao todo, foram construídos mais de 9 mil metros de pontes de madeira, as chamadas marombas, nas regiões mais afetadas.  

Com a cheia atingindo o centro de Manaus, diversos pontos históricos da capital como a Praça do Relógio e o prédio da Alfândega, se transformaram com avanço do nível do rio, e estão inundados. Com a marca jamais ultrapassada, famílias têm aproveitado o momento para garantir o registro do fenômeno histórico. 

Segundo Antônio Monteiro, que trabalha no centro de Manaus em uma loja de eletrodomésticos, o cenário pode até ser bonito, já que o local foi comparado com Veneza, Itália, mas que o povo amazonense precisa se atentar aos impactos negativos que a cheia pode trazer.

“Há três anos venho todos os dias trabalhar no centro de Manaus. Confesso que nunca vi uma cheia como essa. Está tudo mudado, o centro tá mudado. Fui ver de perto a situação na Praça do relógio e mesmo tendo uma vista bonita, não podemos esquecer que as cheias são também culpa nossa, que não cuidamos dos igarapés que acabamos jogando lixos e poluindo rios. Acho válido as pessoas irem no centro ver a cheia, mas a gente precisa olhar para lá e se conscientizar também”. 

Conforme a previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), neste mês a cota deve chegar a 30 metros e que nas próximas semanas o nível do Rio Negro comece a estabilizar. No entanto, até lá, famílias afetadas com a cheia dos rios, precisarão se adaptar a uma outra realidade. Com auxílio disponibilizado pela prefeitura de Manaus, as pessoas terão que possivelmente sair dessas zonas até que o nível do rio se normalize e elas possam voltar para suas casas. 


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