O trabalho informal cresceu no Amazonas em 56,8% colocando o estado como o terceiro maior do País, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) de 2023. Em Manaus, o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) afirma que 21,7% dos migrantes venezuelanos trabalham como ambulantes.
A vinda expressiva de migrantes à Manaus, foi motivada por fatores que envolvem principalmente, a crise econômica em seus países de origem. A falta de domínio do idioma empurra essas pessoas para o trabalho informal.
É comum encontrar haitianos e venezuelanos trabalhando como ambulantes no centro manauara. Eles comercializam meias, frutas, verduras, legumes, lanches e acessórios. Seja empurrando carrinhos de mão, atrás de balcões vendendo salada de frutas e nas paradas de ônibus, onde há maior circulação de pessoas, homens e mulheres diariamente lutam para vencer mais um dia.
De acordo com dados oficiais da Polícia Federal de Manaus, hoje há mais de 140 mil migrantes refugiados com base no cadastro público para programas sociais do governo federal. Desse total, os venezuelanos são maioria: 42.711 pessoas e os haitianos ficam numericamente atrás; 900 indivíduos. Para a assistente social, Mirella Lauschner, as políticas públicas representam um ganho para os migrantes, uma vez que permitem que o processo de expedição de documentos, apoio psicossocial e moradia sejam iniciados. É uma alternativa para que um emprego formal seja conquistado.
“Se por um lado temos o comércio informal, por outro temos mãos qualificadas para o mercado de trabalho, citando o caso dos haitianos, que possuem mais de dois idiomas, o português, o francês, o criolo e alguns têm inglês. Tudo o que eles precisam é de uma oportunidade, para se desenvolver profissionalmente, eles tendem só agregar a economia do estado”, acentua
Para a haitiana, Fabienne Petit, 20 anos, que reside nessa cidade há oito anos, ser uma vendedora informal não é motivo de vergonha. Ela lembra que logo que chegou em Manaus, sentiu dificuldade quando começou estudar, não entendia nada que o professor explicava, mas a sua persistência, permitiu que terminasse os estudos, e hoje, está fazendo curso técnico de enfermagem.
“Estou muito feliz e muito grata pela oportunidade que o Brasil me ofereceu de ser uma vendedora. Pra algumas pessoas isso não é grande coisa, mas para mim é muito, não tenho do que reclamar”, declara Fabienne.
Atendimentos aos Imigrantes
A Prefeitura de Manaus desenvolve políticas públicas, por meio de ações de assistência social, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semasc). O atendimento ao imigrante, contempla as políticas públicas existentes, como saúde, educação, assistência social, trabalho, renda e outros.
Também, na capital amazonense, os imigrantes venezuelanos passam pelo que Posto de Interiorização e Triagem (PTRIG), onde fazem a coleta de dados que permite que o abrigamento e entrada na rede de serviços assistenciais ocorra de forma ágil.
Texto: Tânia Felix