Por Caio Alencar
Hoje (16/10) é celebrado o Dia Mundial da Alimentação. Mas como resolver o problema da fome? A insegurança alimentar é resultante do abismo social entre os que podem ter acesso a uma alimentação saudável e não o fazem, e as pessoas mais desprotegidas socialmente, sem condições financeiras de acessar alimentos seguros.
Um problema mundial, a fome é resultado direto da falta de articulação de políticas públicas, ausência de participação dos setores público e privado, somados a ausência de estímulos a atos de solidariedade. A análise é da nutricionista Kaliny Alves, gerente de Ações Descentralizadas de Segurança Alimentar (Gadsan) da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas).
“Para que esse cenário seja minimizado deve haver mais estratégias para a sustentabilidade do planeta, fortalecimento da agricultura familiar e da agricultura em grande do setor primário e busca para minimizar desperdícios alimentares e também favorecer a aquisição de alimentos saudáveis”, explica.
Segurança alimentar- Kaliny Alves salienta que não só para a classe menos favorecia enfrenta o problema da falta de nutrição: a classe que já tem um acesso melhor aos alimentos, também não se alimenta de forma adequada. Daí a necessidade de um esforço coletivo para a busca de soluções.
“É importante lembrar que a política de segurança alimentar é intersetorial, tem causa multifatorial e que a fome não pode ser deixada de lado quando pensamos em saúde e educação”, frisa.
Articulação- Como forma de alertar sobre a necessidade de discutir a política de segurança alimentar na sociedade, o Conselho de Segurança Alimentar no Amazonas (Consea/Am) vem promovendo conferências municipais na capital e no interior do Estado como forma de alertar a sociedade sobre a importância de ações articuladas.
A nutricionista e técnica do Consea, Cíntia Martins, explica que de quatro em quatro anos são feitas conferências nos municípios do Estado, depois nas áreas sub-regionais e, em seguida, a Conferência Estadual.
“Ano passado conseguimos realizar estes eventos nas maiores cidades do Amazonas como Parintins, Itacoatiara, Tefé, Manicoré, e em Manaus”, explicou.
Estudos- Nas conferências são realizados estudos da realidade local de cada município que abrangem: problemas vivenciados na logística dos alimentos destacando o transporte de produção, apoio das secretarias envolvidas com a segurança alimentar e as dificuldades que a agricultura familiar enfrenta para chegar ao prato de quem precisa.
Plano de Segurança Alimentar- Ao final da Conferência Estadual de Segurança Alimentar é gerado um relatório que funciona como um diagnóstico da realidade do Estado. E este documento serve de base para a produção de um Plano de Segurança Alimentar.
Segundo Cíntia Martins, o segundo Plano de Segurança Alimentar e Nutricional está sendo produzido, juntamente à Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) que reúne representantes das secretarias estaduais envolvidas na promoção da Segurança Alimentar e Nutricional para grupos sociais em situação de vulnerabilidade.
A previsão é que seja lançado em 2021 por conta da pandemia que atrasou o processo de produção do documento.
Como surgiu a data? – O Dia Mundial da Alimentação surgiu no ano de 1945 e foi estabelecida pela “Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação” (FAO-Food and Agriculture Organization). Na época, pós Segunda Guerra Mundial, o mundo enfrentava diversos problemas, entre eles, a desigualdade e a pobreza.
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