Por Gabrielly Oliveira/Agência Comunica
Na última quarta-feira, 6/11, segundo dia da Semana Acadêmica de Jornalismo e Design (Sajor), estudantes e profissionais de ambas as áreas participaram de uma série de oficinas com o intuito de debater e compartilhar conhecimentos sobre os desafios e as oportunidades do mercado de trabalho para diferentes ramos da comunicação.
Pela manhã, a jornalista e fonoaudióloga Simone Pires, ministrou sua oficina de “Técnicas de oratória e comportamento em apresentação de TCC”, A ideia de realizar uma capacitação sobre esse tema surgiu de uma necessidade crucial para alunos que estão prestes a apresentar seus trabalhos finais de graduação. Na sequência, Taína Amaral apresentou estratégias sobre como criar um portfólio atraente, enfatizando a importância de mostrar projetos autênticos e de qualidade para chamar a atenção de possíveis clientes e empregadores.
Os alunos de design, Ricardo Thompson e Edi Filho, também colaboraram com workshops complementares sobre a criação de uma identidade visual marcante e branding design. Os profissionais compartilharam técnicas de criação de logotipos, escolha de cores e tipografia, aspectos fundamentais para a construção de marcas sólidas.
Já o egresso Markus Santos também ministrou sua própria oficina, que abordou as ferramentas do Photoshop, essenciais para designers que buscam melhorar suas habilidades em edição de imagem.
O design de embalagens também foi discutido por Dayd Gonçalves, que durante sua exposição proporcionou aos alunos uma visão detalhada sobre o processo criativo por trás de embalagens que se destacam nas prateleiras e atraem o consumidor.
Habilidades fotográficas
Para fechar a manhã, Pedro Gabriel trouxe dicas práticas para quem quer melhorar suas habilidades fotográficas, abordando desde a importância do ajuste de câmeras até a composição de imagens de impacto.
As oficinas também motivaram à noite de quarta-feira, com a participação ativa dos alunos de design, Raissa Pitanga, que falou sobre UX (User Experience) e como essa disciplina vai muito além do design, abordando as técnicas para trabalhar com produtos digitais e como a experiência do usuário deve ser central em qualquer projeto digital, desde aplicativos até plataformas online.
O celular como ferramenta
Os alunos de Jornalismo foram contemplados com Jennifer Bonates, que veio com sua “MasterClass de Videomaker Mobile”, ensinando como transformar um simples celular em uma ferramenta para produção de vídeos mais profissionais. Em seguida, Alcides Netto explorou as narrativas amazônicas e a arte de contar histórias visuais através do audiovisual.
Tiago Miranda marcou sua apresentação destacando a introdução ao audiovisual, abordando desde os conceitos iniciais até as oportunidades de trabalho na indústria, ressaltando a importância de uma formação sólida para atuar com qualidade nesse mercado.
O espaço do Cinema
Os amantes de cinema puderam conferir o talento de Ítalo Almeida e Camila Henriques, que explanaram sobre a produção e uma introdução à crítica de cinema, trazendo uma reflexão importante sobre os caminhos profissionais da indústria e sobre o papel da crítica de cinema no jornalismo, tema raramente abordado no ambiente acadêmico.
Sobre a crítica de cinema no ambiente jornalístico, Camila destacou a relevância dessa área do jornalismo e a importância de aprender a consumir críticas de filmes com mais profundidade: “Na minha época de estudante, ninguém falava sobre crítica de cinema. Eu acho importante que a gente, enquanto profissionais, traga esse assunto para o debate, porque é uma parte fundamental do jornalismo”, explicou Camila, que fez questão de ressaltar que sua intenção de despertar o interesse em consumir e entender a crítica de forma mais ampla e menos “chata”, como ela mesma comentou com bom humor.
Camila, que é membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema há cerca de quatro anos, compartilhou um pouco de sua experiência e trajetória no mundo da crítica. Ela também faz parte do processo de votação do Globo de Ouro, experiência que tem sido muito “divertida e enriquecedora”.
Para a jornalista, a crítica vai muito além de uma análise técnica ou rígida: “Vejo a crítica como diversão. Hoje, tenho a oportunidade de ver muitos filmes, que é muito legal, principalmente porque agora os filmes estão chegando com mais facilidade. Para mim, é quase um festival de cinema em casa”, disse ela, destacando que o mais importante no processo é a paixão pelo que se faz, e não apenas os prêmios ou o reconhecimento externo.
Além de ser crítica de cinema, Camila também trabalha como jornalista e tem se aprofundado na parte de entrevistas, o que para ela tem sido uma oportunidade de explorar um lado mais pessoal e descontraído da comunicação: “Esse ano, pude fazer entrevistas solo, algo que nunca tinha feito antes, e isso foi muito legal. Entrevistar diretores e atores me permite explorar meu outro lado como jornalista, que é o que eu mais exerço no meu dia a dia”, revelou.
Análise divertida
Camila encerrou sua palestra reforçando a importância de os estudantes se apropriarem da crítica cinematográfica como uma forma de interpretar melhor o conteúdo cultural ao qual são expostos: “Eu espero que o pessoal entenda que a crítica pode ser muito mais do que uma análise chata ou negativa. A crítica pode ser divertida, interessante e uma excelente maneira de consumir cultura”, finalizou.
A palestra foi um marco para o evento, com uma sala completamente lotada e alunos sentados até mesmo no chão apenas para ouvir sobre cinema com Camila Henriques, assim podendo entender o papel da crítica no cinema e como esse campo pode ser uma excelente forma de desenvolver a capacidade de análise e reflexão crítica sobre a produção audiovisual, tanto no Brasil quanto no exterior.
Fotos: Gabrielly Oliveira