O Centro Universitário Fametro realizou nesta sexta-feira, 4/6, a live webinar “O rio comanda a vida: uma reflexão socioambiental sobre as enchentes e o regime das águas na cidade de Manaus”, com o objetivo de debater os impactos da cheia na população manauara. O evento, realizado em alusão à Semana do Meio Ambiente, integrou a atividade interdisciplinar do segundo bimestre, e foi mediado pelo professor e jornalista Hélder Mourão.
O debate teve mais de 2,5 mil visualizações no YouTube e, além dos alunos da instituição, contou com a participação mestra em gestão de áreas protegidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inoa), da Rosana Martiniano Sahdo, do vereador Antonio Peixoto, do mestre pela Escola de Engenharia de São Carlos – USP, Hertz Rebelo de Sousa e da engenheira ambiental graduada pela Fametro, Itis Venegas.
Os especialistas destacaram as causas da cheia em Manaus, enfocando a relação das pessoas com a natureza e seus impactos. “Todas as mudanças que têm acontecido ao longo do tempo têm a ver com as ações negativas que o mundo faz com a natureza, como queimadas, desmatamento, que interferem diretamente nas mudanças do clima”, afirmou Rosana Sahdo. Ela reforçou também a importância de manter a floresta em pé explorando produtos não-madeireiros que têm papel importante para a economia no estado.
O vereador Antonio Peixoto contextualizou as cheias ao longo das décadas em Manaus através de uma visão política e afirmou que a cheia é uma questão cíclica. “Em 1905, tivemos uma cheia recorde, e depois em 1922. Como vereador, não tenho como falar em nome de Prefeitura, mas como fiscal do povo eu posso dizer o quanto isso tem afetado a população da área urbana e rural de Manaus”.
Educação ambiental
A educação ambiental foi apresentada como alternativa para a desaceleração das mudanças climáticas. O comportamento da população impacta de forma expressiva em relação ao meio ambiente, como afirmou Itis Venegas. “Se todos nós cuidarmos do meio ambiente, muita coisa pode ser evitada. Hoje em dia, temos mais de 58 municípios, milhares de pessoas, 15 bairros de Manaus, todos afetados, e famílias que tiveram que sair de suas casas, além de doenças que podem ocorrer”.
A exposição foi concluída com a opinião unânime de que o debate sobre as mudanças climáticas deve cada vez mais fazer parte da pauta da sociedade com ampla participação da população.
Para a estudante Juliana Neves, que esteve presente do evento, que foi realizado de forma presencial na Unidade 2 do Ceuni Fametro, com público restrito, seguindo os protocolos de segurança para evitar a disseminação da Covid-19, eventos assim são muito importantes para sensibilizar as pessoas sobre seu papel individual e coletivo na questão ambiental. “Enchente é uma consequência de todos os lados, do governo, da população, e é uma questão de educação. O que aprendemos hoje é muito importante para reproduzir às futuras gerações.”
Compromisso
O professor Gustavo Soranz, coordenador do curso de Jornalismo destacou a participação dos estudantes e reforçou o compromisso do Ceuni Fametro de ampliar o debate sobre o meio ambiente. “É importante estimular o debate para mudarmos o cenário e ter uma participação mais ativa a partir da produção do conhecimento”, assinalou.
Para o professor Helder Mourão, mediador do debate, atividades interdisciplinares que tem como eixo central assuntos ambientais são fundamentais para a mudança de postura de todos. “Embora estejamos em pandemia, temos a possibilidade de fazer transmissões pela internet e com isso trouxemos profissionais de várias áreas, como engenharia ambiental, florestal e um viés político”, explicou.