A gente não ser só comida

Você já ouviu falar na escala 6×1? Por que tanta gente está falando sobre isso?

Por Brena Liartes/Agência Comunica

Manaus aderiu ao movimento nacional pela redução da escala de trabalho 6×1, reunido mais de 200 pessoas, que percorreram a Avenida Autaz Mirim, na Zona Leste da capital, na última sexta-feira,15/11, à tarde.  Homens e mulheres chamaram a atenção do publico que passou por aquela via, destacando a necessidade de trabalhar reduzir a jornada de trabalho do brasileiro.

A advogada trabalhista Fernanda Mourão, uma das vozes nortistas mais ativas nas redes sociais, com seus vídeos que abordam sobre os direitos dos trabalhadores, participou da manifestação.

“Não vamos parar vamos continuar, até que eles percebam que o fim da escala 6×1 precisa acontecer. Essa escala está acabando com a vida e a saúde mental dos trabalhadores, sobrecarregando os hospitais, inundando o INSS com vários os afastamentos. Isso não pode continuar, e nós precisamos do fim da escala 6×1”, destacou a advogada.

Desabafo

Trabalhador de uma grande loja de varejo, conhecida por ofertar prazos elásticos para os consumidores, Marcos Antonio, se identificou com o protesto popular em Manaus e disse que assim como ele, várias pessoas que enfrentam longas jornadas para garantir o mínimo para a sobrevivência, precisam ter melhores condições, pois estão esgotados.

“Acordo todos os dias às 5 da manhã pra pegar ônibus e entrar no meu trabalho às 8 e meia, para assim, sair somente às seis da tarde.  Chego em casa às oito da noite, cansado, sem tempo pra conversar com minha família. Só janto e durmo, para no outro dia repetir as mesmas coisas. E em meu único dia de folga da semana, estou tão cansado que não consigo aproveitar”, desabafou.

O que é a escala 6×1

A escala 6×1 é o modo de trabalho em que o funcionário trabalha seis dias por semana e folga apenas um. Muito comum em empresas brasileiras, essa carga horária é prevista pela Constituição Brasileira de 1988, que estabelece, no artigo 7°, “a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho, com repouso “preferencialmente aos domingos”.

A proposta de emenda constitucional teve como base a causa defendida pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador Rick Azevedo do Rio de Janeiro,  e encampada pela deputada federal Erika Hilton, que deu mais visibilidade à causa.

Partindo da concepção de que a jornada de trabalho no Brasil, 6×1 é uma das principais causas de exaustão física e mental dos trabalhadores, além de impedir o convívio com a família e amigos e a prática de atividades físicas, de lazer ou estudo, a proposta vem ganhando força em todo o Brasil.